Qual desses filmes você gostaria de ter em um Diálogos com o Cinema?

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Arroz, Feijão e Cinema

1º Manifesto

Arroz, feijão e cinema é um conceito que nós do Ponto Cine vimos espalhando, difundindo aonde nos dão espaço: na imprensa; nas escolas, cursos pré-vestibulares comunitários e universidades; fóruns e feiras culturais; fábricas, igrejas, praças, bares e rodas de amigos.
Essa idéia surgiu da necessidade de alimentar a alma dos brasileiros e atingir o bem-estar cinematográfico do País. Nasceu da utopia, mas começou a materializar-se na sua própria metáfora, simples e de fácil compreensão.
Arroz e feijão são alimentos básicos. Além disso, é o prato mais comum aos brasileiros. São os elementos universais da nossa culinária, combinação típica do nosso País. Assim como o calção azul e a camisa amarela, no nosso futebol; o samba e a bossa, na nossa música; a capoeira e o rebolado, na nossa formação mestiça; o arroz e o feijão também são símbolos nacionais.
Arroz e feijão são o mínimo que a dignidade humana pode exigir na mesa dos brasileiros. Arroz e feijão são alimentos das massas.
Cinema Nacional é o mínimo que a cultura de massas de um País exige para que ele seja digno de sua vida própria em movimento.
Assim como a barriga e o corpo dos brasileiros exigem arroz e feijão, nossas almas exigem cinema, porque cinema alimenta a alma das pessoas e fortalece a consciência de um País.
Para que todos os brasileiros tenham acesso aos filmes nacionais e para que todos os filmes nacionais tenham acesso a todos os brasileiros se faz necessário a implementação de uma política que eleja como prioridades cinco pontos básicos:

1 – o aumento do Parque de Exibição Nacional;
2 – uma distribuição mais democrática e menos perversa desse Parque, privilegiando as cidades do interior do Brasil;
3 – diminuição no preço dos ingressos;
4 – diferenciação nos preços dos ingressos – ingressos para filmes nacionais mais baratos que para filmes estrangeiros; ingressos de filmes em suporte digital mais baratos dos que em película;
5 - proteção ao filme brasileiro com aumento da cota de número de dias de exibição.

Além desses itens há muita coisa o que fazer, mas nada que esteja fora dessa órbita, nada que não se articule e interaja com eles.

Aí está o nosso buraco negro. A hora que houver encorajamento, boa-vontade, esforço concentrado, enfrentamento e investimento, descobriremos um novo universo: o do cinema nacional, um sistema mais justo e simples.

O Cinema brasileiro deixará de ser estrangeiro na sua galáxia, passará a ser o centro desse conjunto de elementos interconectados e as produções internacionais gravitarão entorno dele. O que é muito normal segundo as leis naturais que sempre regeram os universos.

Tudo será mais simples. Será Arroz, Feijão e Cinema.